A revolução sexual dos homens:

progresso ou etrocesso? 

Autor: Pereira França Cassandra

Fragmento

Um espaço cronológico de quase trinta anos separa duas ondas da revolução sexual que marcou a segunda metade do século XX: a primeira delas – o advento da pílula anticoncepcional para as mulheres nos anos 1960, não apenas liberou a vivência sexual entre os casais, diminuindo o temor paralisador de uma gravidez indesejada, como também passou a conceder às mulheres, cada vez mais, o direito a uma vida sexual satisfatória, o que inclui, sem dúvida alguma, a escolha de parceiros que possam atender a seus anseios orgásticos. No entanto, apesar desse acréscimo às expectativas, as mulheres de modo algum abriram mão do envolvimento emocional com seus parceiros sexuais, criando desse modo um fator complicador para muitos homens, pois além de boa performance sexual, eles passaram a ser avaliados também pela qualidade de conseguirem, ou não, imprimir as suas interações afetivas com as mulheres. Acontece que grande parte do contingente masculino havia sido treinado para controlar ou suprimir suas emoções, e ao deparar-se com esse novo modelo de relação, reagiram às expectativas femininas com muita ansiedade e medo. De fato, a liberação sexual das mulheres colocou em cheque as fixações fálicas do homem ocidental, sujeito a ter a sua virilidade testada a qualquer momento, pois quem demanda a relação sexual é a amiga, a colega, a “ficante”, que narram a experiência vivida, com “certa” naturalidade, para quem e aonde bem entendem.

Palabras clave: Revolução sexual pílula anticoncepcional liberação sexual.

2007-07-10   |   1,374 visitas   |   Evalua este artículo 0 valoraciones

Vol. 3 Núm.3. Enero-Marzo 2007 Pags. 10-11 AHE 2007; III(3)