Como deveria ser o curso de Sexualidade Humana para estudantes de Medicina?

Autor: Abdo Carmita

Fragmento

A “cena temida”, da qual nenhum médico deseja ser protagonista, é aquela que o emudece ou o faz gaguejar, diante de determinada colocação de um paciente. Treinado na Faculdade e na Residência Médica para agir com presteza e objetividade, o médico dá sinais de insegurança e/ou indignação, se a queixa trazida ao consultorio o tira do controle ou o coloca numa “saia justa”. As dificuldades sexuais são tema prevalerte dessa “cena”, porque – devido a razões bem pouco médicas - milênios de História da Medicina foram distanciando do foco das atenções curriculares o aspecto erótico da atividade sexual, afastando o médico (mas não o paciente) do trato dos assuntos de alcova, de seus encantos e de seus desencantos. O resultado não foi dos mais felizes: “Eu não investigo e você não me pergunta”. Esse é o acordo tácito estabelecido entre boa parte dos profissionais de saúde e respectivos pacientes, quando o assunto é vida sexual. Esse acordo “soluciona” constrangimentos de parte a parte, garantindo que “essa” angústia não contamine a relação médico-paciente. Por outro lado, oprimido pelo tempo da consulta (cada vez mais curto) e o conhecimento médico (mais e mais ampliado), o profissional deve realizar a façanha de anamnese, diagnóstico e prescrição instantâneos e precisos, fazendo frente à descabida agenda, resultado do nosso caótico sistema de saúde.

Palabras clave: Sexualidade humana estudantes de medicina.

2007-07-24   |   754 visitas   |   Evalua este artículo 0 valoraciones

Vol. 1 Núm.4. Abril-Junio 2005 Pags. 25-28 AHE 2005; I(4)