As novas abordagens e teorias sobre a resposta sexual feminina

Autor: Fleury Heloisa

Fragmento

Sexualidade envolve um processo fisiológico e outras dimensões mais subjetivas do ser humano, como a capacidade de confiar, sentir-se valorizado, aproximar-se e separar-se sem ansiedade excessiva, de manter um padrão de relacionamento com o parceiro diferente de uma relação filial-parental e de vivenciar a própria agressividade sem muita ansiedade. Comprometimento em qualquer uma destas dimensões pode provocar uma atenção excessiva aos aspectos fisiológicos da resposta sexual, empobrecendo a vivência natural de uma sexualidade integrada. Em 1999, a Fundação Americana de Doenças Urológicas (FADU) promoveu uma conferência internacional com um grupo multidisciplinar, composto por 19 especialistas internacionais em sexualidade feminina, para o desenvolvimento de conclusões consensuais nesta área (BASSON et al., 2000). Definiram disfunção sexual feminina como o comprometimento do desejo e excitação sexual, do orgasmo e/ou dor sexual, provocando desconforto pessoal significativo. Concluíram que esta condição é um problema com múltiplas causas e dimensões, envolvendo determinantes biológicos, psicológicos e interpessoais. Acentua-se com a idade, afeta de 20 a 50% das mulheres e causa um impacto considerável na qualidade de vida e nos relacionamentos interpessoais. As conclusões consensuais levantadas nesta conferência estimularam o aprimoramento de um novo modelo de ciclo de resposta sexual feminina, desenvolvido originalmente por Basson (2002), uma psiquiatra canadense, pesquisadora do Centro de Sexualidade da Universidade British Columbia, em Vancouver. Este modelo, apresentado no quadro da página 19, valoriza a resposta e a receptividade feminina, postulando que para muitas mulheres, é o desejo por intimidade, ao invés de um impulso biológico, o desencadeador do ciclo de resposta sexual.

Palabras clave: Disfunção sexual feminina resposta sexual.

2007-08-07   |   1,269 visitas   |   Evalua este artículo 0 valoraciones

Vol. 1 Núm.1. Julio-Septiembre 2004 Pags. 18-22 AHE 2004; I(1)