O tempo para o atendimento como fator de prognóstico no acidente vascular encefálico

Autores: Figueirôa Frederico LS, Marins Eric G, Brandão Júlio CN, Andrade Filho Antônio S

Resumen

Diversos tratamentos têm sido propostos para a fase aguda dos AVEs, muitos dos quais não mostraram benefícios na prática clínica o que pode estar relacionado a uma janela terapêutica estreita do próprio AVE. Objetivo: avaliar se o intervalo de tempo até o atendimento inicial interfere no prognóstico de pacientes com AVE. Métodos: Foram selecionados pacientes na fase aguda do AVE internados num hospital da rede privada de Salvador, Bahia, acompanhados até o final da internação hospitalar, o prognóstico foi analisado pela escala de Rankin Modificada, categorizado em evolução boa com escores 0 a 2 e evolução ruim, escores 3 a 6. A análise comparou os pacientes de acordo com o tempo para o atendimento em até 3, 6 e 12 horas e de acordo com o tempo para avaliação com o neurologista em até 6 e até 12 horas. As proporções de boa evolução foram comparadas entre as categorias e o tempo como variável contínua foi comparada através do teste de Mann-Whitney entre os grupos com evolução boa e ruim. Resultados: 88 pacientes completaram o acompanhamento, 61% eram mulheres, 74% com mais de 60 anos de idade, o intervalo de tempo médio até o atendimento foi de 6,9h, com mediana em 3,3h, intervalo interquartil de 1 a 9h, o tempo para avaliação pelo neurologista médio foi de 11,2 h, mediana em 7h, intervalo interquartil de 2,3 a 18h. A proporção de pacientes com bom prognóstico foi idêntica (40%) entre os atendidos antes e após 6 horas, similar entre os atendidos antes e após três horas (44% vs. 38%), entre os avaliados pelo neurologista em até 6 horas ou mais de seis horas (46% vs. 43%) e entre os avaliados antes e após 12 horas (41% vs. 48%). A análise pelo teste de Mann-Whitney mostrou médias semelhantes do tempo para o atendimento entre os pacientes com evolução boa ou ruim. Conclusão: O tempo para o atendimento inicial e o tempo para avaliação pelo neurologista não interferiram no prognóstico na fase hospitalar dos pacientes com AVE.

Palabras clave: Acidente vascular encefálico atendimento prognóstico.

2008-05-06   |   1,664 visitas   |   Evalua este artículo 0 valoraciones

Vol. 40 Núm.4. Octubre-Diciembre 2007 Pags. 102-108. Neurol Neurocir Psiquiat 2007; 40(4)