A Medicina do Trabalho no mundo contemporâneo: o perfil dos médicos do trabalho, desafios e competências

 

Autores: de Lucca Sergio Roberto, Campos Carlos Roberto

Fragmento

No Brasil, os Serviços de Medicina do Trabalho foram regulamentados pela Portaria nº 3.237 de 27 de junho de 1972. Desde então, os cursos de especialização em Medicina do Trabalho, segundo registros do Ministério do Trabalho e Emprego, formaram mais de 30.000 médicos do trabalho. O mercado de trabalho deste profissional é amplo, possibilitando as mais variadas inserções, como médicos assistentes, coordenadores, consultores, peritos ou auditores, com atuação em serviços médicos de empresas públicas ou privadas, sindicatos, Ministérios do Trabalho e Emprego e da Saúde, Previdência Social, Ministério Público, dentre outras. Nos últimos 30 anos, o mundo do trabalho sofreu transformações significativas. O setor industrial perdeu gradativamente a sua força empregadora para os setores de serviços e comércio, ao mesmo tempo em que a introdução de novas tecnologias e a globalização da economia transformaram os processos produtivos, a organização do trabalho e os modelos de gestão dos trabalhadores. Estas transformações provocaram mudanças no perfil de adoecimento dos trabalhadores. Os acidentes de trabalho típicos e doenças profissionais diminuíram proporcionalmente1,em relação ao número de trabalhadores segurados, enquanto que as doenças do trabalho aumentaram de maneira vertiginosa. Desde os anos 80, as lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) destacam-se entre as causas de afastamento entre os trabalhadores segurados pelo MPAS. Estas afecções relacionadas ao trabalho, passaram a atingir os trabalhadores de todos os setores, em particular nos ramos de atividade da metalurgia, frigoríficos, bancos, telemarketing e comércio (supermercados). Já nos anos 90, observa-se o crescimento acentuado dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho entre as principais causas de afastamento do trabalho, acometendo indistintamente os trabalhadores de todos os setores produtivos de maneira tão globalizada como a própria economia2.

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2011-10-03   |   795 visitas   |   Evalua este artículo 0 valoraciones

Vol. 9 Núm.1. Junio-Junio 2011 Pags. 45-47 Revista Bras. Med. Trab. 2011; 9(1)